Chamas consomem um terço de floresta nativa onde vivem indígenas isolados na Ilha do Bananal

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Até o momento, dos 110 mil hectares de reserva, 37 mil foram atingidos pelo fogo. Uma força-tarefa foi criada para controlar quatro focos de incêndio que persistem na região desde julho. Brigadistas fazem força-tarefa para combater fogo que começou em julho na Ilha do Bananal
Quatro grandes focos de incêndio estão sendo combatidos dentro da Ilha do Bananal, na região oeste do estado. A maior preocupação é com a Mata do Mamão, onde indígenas vivem isolados e está a maior área de floresta com vegetação nativa da ilha. Até o momento 37 mil hectares foram atingidos pelo fogo. Área que equivale a um terço dos dos 110 mil hectares da reserva.
A força-tarefa para monitorar e combater às queimadas na área de preservação começou em julho deste ano e conta com 165 brigadistas do Ibama, Icmbio e Funai. O trabalho tem sido de fazer linhas de contrafogo e aceiros para tentar evitar que o incêndio se espalhe.
A área queimada equivale a aproximadamente 44.448 campos de futebol. Imagens feitas de uma aeronave mostram as chamas consumindo a Mata do Mamão no início dessa semana. A situação nesta sexta-feira (24) está controlada, mas ainda existem quatro focos no entorno.
Com apoio dessa equipe numa base em Lagoa da Confusão. Os focos são monitorados em tempo real por satélite. Para que os brigadistas cheguem em tempo de reduzir os danos.
Área atingida por incêndio na Ilha do Bananal
Reprodução/TV Anhanguera
“Nós temos o monitoramento meteorológico, acompanhando as condições para os próximos dias para a gente tentar se antever em alguma situação. A gente também realiza o monitoramento de focos de calor, que um monitoramento em tempo real que dá para gente um cenário da evolução desse incêndio para ver se a gente tá conseguindo atuar de forma desejada”, contou o analista ambiental Bruno Cambraia, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio).
Há pelo menos três anos os focos estão se intensificando na Ilha do Bananal. Em 2020 uma grande área também foi atingida. Em 2019, um trecho da mata do mamão virou cinzas.
Para o professor e doutor em ecologia Renato Canguçu, da Universidade Federal do Tocantins, incêndios nessa região são preocupantes porque afetam toda uma biodiversidade.
“É ali que se encontra o cerrado com a Amazônia, nós temos uma série de espécies ameaçadas de extinção. Então 30% das espécies de mamíferos da ilha estão ameaçadas de extinção. Nós também temos onze espécies de aves ameaçadas de extinção, mas quem corre maior risco, são as espécies endêmicas que só ocorrem ali naquela área, na planície do Araguaia, justamente onde está a Ilha do Bananal”, comentou.
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Fonte: G1 Tocantins